Fotografar com enquadramento horizontal (modo Paisagem) ou vertical (modo Retrato) é na maioria das situações algo intuitivo, mas estes formatos não se adequam apenas para fotografar Paisagem ou Retrato, como as denominações podem sugerir. Perceber em concreto quais as situações em que um ou outro formato se adequa, ajuda a ter mais sucesso na forma como apresenta os motivos fotografados e a dar-lhes expressão.
O design das câmaras fotográficas adapta-se melhor ao formato horizontal. Os fotógrafos menos atentos e experientes, raramente se lembram de virar a câmara para fotografar na vertical.
As imagens horizontais e verticais têm, porém, algumas propriedades distintas. Vamos então saber onde se usa o quê.
HORIZONTAL
Quando o assunto a fotografar é horizontal - Quando o assunto é mais largo do que alto, uma imagem horizontal é a opção acertada para “apanhar” todo o objeto de uma só vez.
Quando o assunto se move horizontalmente - Quando o movimento do assunto segue horizontalmente de um lado ao outro do enquadramento, aliar o formato horizontal com a regra dos terços criará uma imagem que visualmente remete para a continuidade do movimento do assunto, criando dinâmica. Isso também se aplica a retratos (mais comumente registados na vertical): deixe espaço na foto à direção para onde segue o olhar para criar dramatismo e emoção.
Para transmitir a sensação de espaço - As imagens horizontais podem ser usadas para sugerir a amplitude de uma paisagem, por exemplo. Mas se retratar uma pessoa num espaço amplo, isto também pode sugerir escala ou solidão. Transmitir sensações com as suas fotografias é muitas vezes tão simples quanto jogar com um enquadramento menos comum num determinado tipo de imagem.
VERTICAL
As fotografias verticais são menos comuns do que as horizontais, pela simples exigência de se virar a câmara de lado. Na prática, este formato é uma espécie de tentativa dos fotógrafos de transportar para a fotografia a capacidade de foco seletivo natural do nosso cérebro. Atualmente este formato vai ganhando o seu espaço graças ao aumento de fotografias realizadas com smartphones.
Quando o assunto é vertical - Quando o assunto é mais alto do que largo, uma imagem vertical complementa o assunto.
Para permitir que o assunto se mova verticalmente - Quando um assunto se move de cima para baixo, combinar o formato vertical com a regra dos terços permite sugerir visualmente a continuidade desse movimento, mesmo numa imagem estática. Assim, ampliará a sensação de movimento da imagem. O mesmo se aplica a retratos olhando para cima ou para baixo. Ter um espaço aberto na parte superior ou inferior da composição permite dar continuidade à direção do olhar de forma mais eficaz do que seria possível numa imagem horizontal. Lembre-se também que quando um assunto está a afastar-se ou a aproximar-se da câmara, pode expressa-lo numa imagem bidimensional como um movimento "para cima ou para baixo". É por isso que muitas imagens com linhas fortes funcionam muito bem na vertical; a profundidade espacial criada por estas convida o olhar a percorrer a imagem.
Para focar a atenção em detalhes – O formato vertical pode ser usado para focar a atenção do espectador num único pormenor ou assunto, removendo o peso da visão periférica. Esta é a teoria por trás dos retratos de close-up e outras composições que enquadram um único objeto.
Atualmente, algumas empresas realizam vídeos e apresentações para serem exibidas em ecrãs colocados na vertical em lojas e espaços comerciais. Apesar de o formato de vídeo ser tradicionalmente horizontal, a capacidade de foco em detalhes do enquadramento vertical começa a ser aproveitada também nesta área. O registo de vídeos com smartphones também tem vindo a impulsionar esta opção.